29.7.06

Todos nós estávamos certos: o amontoado de madeira e cordas era sim, uma instalação, ou seja, pretendia ser um objeto artístico. O triste é que eu não consegui descobrir o nome do(a) artista. Mas encontrei coisa melhor: o Márcio.

Márcio é o rapaz que vigia a exposição no Maria Antonia, impedindo que os curiosos estraguem aquela baboseira. Perguntei a ele: “o que você achou disso aqui?”. Meio cabreiro, mas com uma sinceridade cortante, disse: “olha, tipo... pra mim não é nada.... é um monte de madeira. Eu curto a cultura Viking, não curto a cultura brasileira”. E devolveu a pergunta. Eu, tão sincera quanto ele, completei: “em português básico? Uma porcaria”.

Aí o rapaz se sentiu em casa e soltou o verbo: “moça, a senhora viu o que tinha antes dessa exposição? Tinha um gancho no meio da sala e um pedaço enorme de carne preta. Um pedação de carne” (isso gesticulando indignado, olhos esbugalhados, mostrando o tal gancho com os dedos). “E antes, moça? Tinha uma privada cheia de m.....”

Pois é, sobre a exposição do MA, que por sinal chama-se Visualidade Nascente, fecho-a com chave de ouro. Ontem, notei que tinha uma tora de madeira encostada na parede que fica no pé da escada. Ao lado, uma foto (veja abaixo a foto da foto) e um cartaz explicativo que me fez morrer
de rir. Não é que conseguiram inviabilizar a ‘instalação’ da famigerada tora?

O papel dizia: “Informamos que, por razões técnicas, não foi possível instalar a obra num dos degraus da escada, conforme planejado inicialmente pela artista”.


O TAL 'PLANEJAMENTO DA ARTISTA'

E eis o sábio Márcio:

PERGUNTEI, ANTES DE IR EMBORA, DEPOIS DE RODAR ATRÁS DO NOME DO ARTISTA: "O Sr. SABE QUEM FEZ ISSO?"

ELE: "SEI NÃO, UM TAL DE ANÔNIMO".

E UMA TAL DE OBRA.

25.7.06

Estou fazendo um curso de fotografia no Centro Universitário Maria Antônia. Para os não-paulistanos, o MA é um lugar bem legal, 'cool', que ensina história da arte, foto, filosofia, um pouco de tudo que é bacana, além de várias exposições. Pois bem, hoje, meu segundo dia, estava subindo as escadas acompanhada por minha conhecida antipatia por arte contemporânea e dei de cara, novamente, no segundo andar, com a imagem abaixo. Desde ontem que me pergunto: "isso é uma instalação ou o Maria Antônia está fazendo reforma neste andar?". E eis a enquete, estilo aquela que fiz na Trilogia do Nelsinho Felix, lembra?

Após analisar cuidadosamente a imagem, em todos os seus ricos detalhes, sejam eles artísticos ou não, responda: Instalação contemporânea ou reforma mal interpretada? Daqui para o final da semana eu respondo (também vou ficar curiosa por uns dias, juro que não sei). Mas saberei.

Ângulo formiga

Madeira usada ou tela?

Inspiração cristã?

Pra mim este detalhe reforça a idéia de uma instalação. Afinal, é difícil entender para quê diabos serviria esse amontoado de madeira e corda no chão.

Faça sua aposta, deixe um comentário dizendo se acha que trata-se de uma instalação ou de uma simples reforma na digníssima escola.